A floresta interrompida
por NUNO TEOTÓNIO PEREIRA
A floresta de mastros brancos desce suavemente pela ilharga do monte, despertando o nosso olhar distraído. Hesita em alcançar a estrada e súbito, estaca: o rio suspende o seu curso. À medida que rodamos cá em baixo perpassam as longas filas, numa geometria que se perde no infinito. O instante foi rápido, e apetece voltar para trás, em pura contemplação. A visão não durara mais que um sopro. O tráfego é implacável: as longas filas compactas querem chegar à cidade.
Ficará para outro dia.
Novembro 1993
In Carlos Nogueira, permanência da água, Lisboa, Dezembro 1994, p. 37.